No último dia 6 de março, a adolescente Kaylanne Timóteo Freitas, de 15 anos, teve parte do braço amputado após ser atacada por um tubarão na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O incidente assustou não apenas a cidade, mas todo o país, e levantou diversas questões sobre a segurança nas praias e a responsabilidade de quem as frequenta.
Kaylanne estava nadando com amigos em um trecho da praia quando foi surpreendida pelo tubarão. A primeira mordida foi na barriga e, ao tentar acertar o animal com o braço, acabou sendo mordida novamente. A jovem contou em entrevista à TV Globo que, enquanto tentava sair da água, sentia desespero, pois não via ninguém entrar no mar para resgatá-la. No fim, um rapaz a tirou da água e ela foi levada para a areia, onde aguardava por atendimento.
Nos minutos que se passaram, Kaylanne pediu aos gritos para que as pessoas parassem de filmar. Infelizmente, ninguém a respeitou e ela foi filmada por diversos curiosos que se aproximaram para ver o que estava acontecendo. “Eu entendo que é uma coisa que todo mundo quer gravar, mostrar que está conectado, só que, na hora, eu não estava pensando nisso, só pensei que eu ia ficar sem braço para o resto da minha vida”, contou a jovem.

O pai de Kaylanne, Wilque Barros Freitas, estava em casa quando soube do ataque e foi às pressas para a Praia de Piedade. Quando chegou ao local, Kaylanne já estava sendo atendida. Ele afirmou em entrevista que ficou revoltado com a atitude de quem preferiu filmar ao invés de ajudar. “Na hora do ataque, tinha gente filmando em vez de ajudar, fora os comentários que eu vejo. Foi o que me matou por dentro”, disse Wilque.
O caso de Kaylanne não é isolado e tem se tornado cada vez mais comum em diversas partes do mundo. Segundo dados da International Shark Attack File, em 2020 foram registrados 57 ataques de tubarão não provocados em todo o mundo, sendo 13 deles nos Estados Unidos e 9 na Austrália. Embora as chances de ser atacado por um tubarão sejam baixas, é importante que as pessoas estejam cientes dos riscos e tomem medidas de precaução ao entrar no mar.
As autoridades brasileiras têm trabalhado na implantação de medidas para garantir a segurança nas praias do país. Uma das iniciativas é a criação de áreas de segurança com redes de proteção, que são capazes de impedir a aproximação de tubarões na área delimitada. No entanto, muitas praias ainda não possuem essa infraestrutura e é importante que os banhistas estejam atentos às orientações das autoridades locais e evitem nadar em áreas de risco.