Brasileira viraliza ao fazer cirurgia para mudar cor dos olhos

Nas últimas semanas, um vídeo viralizou no TikTok, revelando uma brasileira chamada Layyons que passou por um procedimento de queratopigmentação na Suíça, uma cirurgia que altera a cor dos olhos. Este fenômeno nas redes sociais gerou uma onda de discussões sobre a segurança e os propósitos dessa intervenção ocular inovadora. O oftalmologista Germano Dalfito, em entrevista à revista Boa Forma, explicou que a técnica pode ser realizada a laser, alterando a cor do local de forma irreversível, mas também levantou questões sobre seus riscos.

Diferentemente dos procedimentos convencionais de mudança de cor dos olhos, como as lentes de contato coloridas, a queratopigmentação é uma intervenção cirúrgica que não está autorizada no Brasil para fins estéticos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Na Europa e nos Estados Unidos, onde a técnica está sendo testada, há controvérsias sobre seus benefícios e riscos.

O oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira ressaltou à Boa Forma que a indicação da queratopigmentação é, em sua maioria, cosmética, buscando melhorar a aparência do olho em casos de desfiguração ocular sem comprometimento da acuidade visual. Nestas situações, a intervenção pode contribuir para elevar a autoestima do paciente, prevenindo possíveis problemas de saúde mental, como a depressão.

“A indicação é cosmética, mas apenas para melhorar a aparência do olho quando há problemas de desfiguração em olhos sem acuidade visual. Nesses casos, a queratopigmentação pode ajudar a elevar a autoestima, contribuindo para evitar outras questões de saúde que poderiam ser facilitadas pelo quadro, como a depressão”

Entretanto, especialistas alertam para os elevados riscos associados à queratopigmentação. Além de infecções, existe a possibilidade de perda de campo de visão e até mesmo cegueira. Além disso, a intervenção pode complicar futuras cirurgias, como a de catarata, e interferir em outros tratamentos oftalmológicos.

A própria Layyons, em seu vídeo no TikTok, enfrenta críticas e ataques de ódio pela decisão de realizar a queratopigmentação. Ela defende sua escolha, argumentando que o procedimento não foi motivado apenas por questões estéticas, mas também como uma forma de deixar seu passado para trás. Esse aspecto levanta questionamentos sobre os limites entre a busca pela estética e as implicações psicológicas e emocionais associadas a tais intervenções.

A discussão em torno da queratopigmentação não se limita apenas à segurança da cirurgia, mas também questiona a ética por trás desses procedimentos e a necessidade de regulamentações mais rigorosas para proteger a saúde ocular daqueles que buscam modificações estéticas.

A ANVISA, ao proibir o procedimento no Brasil, demonstra uma postura cautelosa diante dos riscos envolvidos. Enquanto isso, a Europa e os Estados Unidos continuam a testar a técnica, destacando a necessidade de mais pesquisas para avaliar seus benefícios e riscos de forma abrangente.

Em um mundo onde a estética desempenha um papel significativo na vida das pessoas, é essencial equilibrar a busca por aparência desejada com a proteção da saúde. A queratopigmentação, apesar de seu apelo inovador, levanta questões importantes sobre os limites éticos e as implicações para a saúde ocular, desencadeando um debate crucial que envolve profissionais da saúde, reguladores e a sociedade em geral.