Candidatos do PT Soam Alerta sobre Crise Política e Convocam Mobilização da Militância
Recentemente, três dos quatro candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) publicaram uma carta dirigida à militância petista, destacando um alerta sobre a grave situação política que se desenrola no Congresso Nacional. No documento, os signatários expressam sua preocupação com a atuação da direita, incluindo partidos que possuem ministros no atual governo, afirmando que estão tentando “sufocar” a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Situação Política no Congresso
A carta, que carrega a assinatura de Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT) e Rui Falcão (Novo Rumo), traz um tom de urgência. “O alerta: a situação política é gravíssima. A maioria do Congresso Nacional, inclusive os partidos de direita com ministros no governo federal, está tentando sufocar o governo Lula”, afirmam os candidatos. Essa declaração não é apenas alarmante, mas reflete uma realidade que muitos militantes e simpatizantes do partido já têm percebido nos últimos tempos.
Um ponto central abordado na carta é a aprovação do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que derrubou um aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que havia sido proposto pelo governo. Segundo os candidatos, essa votação foi a “gota d’água” de uma série de ações do Congresso que, segundo eles, visam esvaziar os poderes que foram delegados ao presidente Lula pelo povo nas eleições anteriores. “Os parlamentares de direita querem governar o Brasil, esvaziando os poderes que o povo delegou ao presidente Lula”, afirmam.
Consequências da Ação do Congresso
O decreto que foi derrubado previa um aumento no IOF que poderia trazer uma expectativa de arrecadação de até R$ 10 bilhões em 2025. No entanto, essa proposta encontrou forte resistência no Congresso. A medida foi revogada com 383 votos favoráveis na Câmara e uma aprovação simbólica no Senado, desencadeando uma nova crise entre o Executivo e o Legislativo. Em resposta a essa situação, a Advocacia-Geral da União (AGU) planeja protocolar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para buscar restabelecer a validade do decreto presidencial.
Críticas à Atuação do Congresso
Na carta, os candidatos não hesitam em acusar o Congresso de tentar retirar o papel do presidente Lula. Eles afirmam: “O povo votou em Lula. O Congresso quer governar no lugar de Lula. Lula quer melhorar a vida dos pobres. A direita no Congresso quer proteger os ricos”. Essa afirmação revela a frustração dos signatários e, por extensão, de muitos petistas com o que consideram uma tentativa de usurpar o poder do presidente.
Propostas de Ação
Além das críticas, a carta também traz propostas concretas para enfrentar a situação atual, incluindo:
- Mobilização popular contra o arrocho fiscal e a política de juros do Banco Central;
- Substituição de ministros cujos partidos atuam contra o governo;
- Judicialização da revogação do IOF no Supremo Tribunal Federal;
- Revisão de subsídios que favorecem os super-ricos.
Próximas Eleições do PT
Além de criticar a situação institucional, a carta também tem um objetivo eleitoral interno. Os candidatos convocam a militância a participar das eleições para a presidência nacional do PT, que estão marcadas para o próximo dia 6 de julho. Se necessário, um segundo turno ocorrerá em 20 de julho. “No dia 6 de julho, a militância petista precisa votar nas chapas e candidaturas que propõem sair da defensiva e ir para o embate”, enfatizam na carta.
Após um intervalo de 12 anos, o partido decidiu retomar o modelo de eleições diretas para suas instâncias partidárias. Nas últimas eleições, ocorridas em 2017 e 2019, a deputada Gleisi Hoffmann foi eleita e reeleita presidente do PT, com forte apoio de Lula, em uma votação híbrida. Após deixar a presidência para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi foi substituída pelo senador Humberto Costa, que atualmente ocupa a presidência interina do partido.
Uma Disputa Acirrada
A disputa pela liderança do PT promete ser uma das mais intensas da história do partido. Quatro nomes estão na corrida, cada um representando diferentes correntes dentro do partido. São eles:
- Edinho Silva;
- Valter Pomar;
- Romênio Pereira;
- Rui Falcão.
Com uma situação política tão conturbada, a mobilização da militância e a escolha de um líder forte são mais importantes do que nunca.