Cientistas anunciam quinto caso de cura da AIDS

A quinta pessoa no mundo foi curada do HIV depois de passar por um transplante de medula óssea. O paciente, de 66 anos, estava em tratamento para leucemia, um tipo de câncer sanguíneo, quando recebeu as células-tronco e se recuperou do vírus da Aids. Embora haja um aumento no número de casos de sucesso, a técnica não é simples e não está atualmente disponível para todos.

O paciente que recentemente foi curado do HIV é chamado de “paciente do City of Hope”, em homenagem ao nome do centro médico de câncer no estado da Califórnia, EUA, onde ele recebeu um transplante de medula óssea há 3 anos e meio. De acordo com os médicos encarregados de seu caso, o homem não tomou tratamento antiviral por 17 meses e ainda não apresenta sinais do vírus da Aids em seu corpo.

“Este é provavelmente o quinto caso em que esse tipo de transplante foi feito para curar alguém. Essa abordagem claramente funciona. É curativo e conhecemos o mecanismo”, explica Steven Deeks, médico e professor de medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco, falando ao jornal The Washington Post.

É importante notar que o médico Deeks foi responsável pela primeira cura de um paciente com HIV no mundo através de um transplante semelhante. Esse caso, conhecido como “Berlim”, ocorreu em 2007.

O paciente do City of Hope é a pessoa mais velha a ser curada do HIV e também a pessoa que conviveu com o vírus da Aids por mais tempo. Segundo o paciente, o primeiro diagnóstico de sua doença foi feito em 1988, quando a infecção era considerada uma “sentença de morte”.

“Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, acrescenta o paciente. Entre os anos que conviveu com vírus, foram pelo menos 30 de uso diário da medicação antirretroviral.

Segundo os médicos responsáveis pelo caso, o paciente está em remissão do HIV e da leucemia há mais de um ano. A informação foi compartilhada, nesta quarta-feira (27), durante a reunião anual da Sociedade Internacional de Aids (IAS). Em breve, os resultados devem ser detalhados em uma revista científica.