Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou, nesta quinta-feira (20/3), sobre a polêmica de ser alvo de piadas durante um jantar que aconteceu na casa do ministro do STF Alexandre de Moraes, na última terça-feira (18/3).
Através de suas redes sociais, o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mostrou indignado e citou o nome de Olavo de Carvalho, guru da ala mais radical bolsonarista, dizendo que está tranquilo e vai aguardar pra ver quem vai rir por último nessa história toda.
“Mais uma vez, aquele famoso sorrisinho do professor Olavo de Carvalho. Antes, minhas viagens eram piada; depois viraram um crime contra a pátria; e agora, de novo, piada. Essas pessoas dizem estar tranquilas, mas na real, me parece mais uma tentativa de parecer que estão em paz. Vamos ver quem vai rir por último”, desabafou o deputado.
O jantar em questão foi uma homenagem de Alexandre de Moraes ao ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O evento aconteceu no apartamento de Moraes, em Brasília, e contou com a presença de várias autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e também o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Do total de 11 ministros do STF, sete marcaram presença, além de Moraes. Entre eles estavam Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Edson Fachin, Nunes Marques, Luiz Fux, Flávio Dino e o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.
Agora, o que gerou toda a repercussão foi uma conversa que rolou entre alguns dos presentes. De acordo com fontes que estavam lá, Eduardo Bolsonaro foi alvo de brincadeiras de mau gosto. Em uma rodinha, o deputado foi chamado de “frouxo” e ainda ganharam o apelido de “bananinha”, uma zoação que já foi usada por opositores dele há algum tempo.
A origem desse apelido “bananinha” remonta a uma entrevista do ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em 2020, quando ele ainda ocupava o cargo de vice-presidente de Jair Bolsonaro. Na época, Mourão, ao se referir a Eduardo, usou o termo, e ele pegou.
O episódio virou mais um capítulo da guerra política que já dura anos. A relação entre os membros do STF e a família Bolsonaro nunca foi das mais tranquilas, com várias trocas de farpas ao longo do tempo, e esse jantar acabou se tornando mais um ponto de atrito.
A reação de Eduardo nas redes sociais foi uma forma de se posicionar frente às provocações, tentando, ao mesmo tempo, manter uma postura de quem não se abala com as piadas que surgem em seu nome. A referência a Olavo de Carvalho, que sempre foi uma figura influente entre os apoiadores mais radicais de Bolsonaro, mostra que ele quer manter a linha de frente da defesa das ideias e também, talvez, fazer uma crítica velada àqueles que fazem esse tipo de piada.
No fim das contas, esse tipo de troca de farpas e provocações acaba virando uma espécie de jogo de poder, com os envolvidos tentando mostrar força e que estão acima das críticas. É claro que, no fundo, tudo isso faz parte do cenário político atual, onde as disputas nunca são apenas sobre ideias, mas também sobre imagens, comportamentos e, como vimos, até apelidos. E parece que o jogo está longe de terminar.