Ex-diretor da Globo, Boni dá opinião sincera sobre o reality show: ‘Desde o começo’

O Boni, ex-diretor da Globo, abriu o jogo e falou tudo sobre o tempo que passou na emissora e também sobre o sucesso mundial do Big Brother Brasil, programa que acompanha o Brasil desde 2002. O reality, aliás, foi comandado pelo Boninho, seu filho, até a última edição (a 24ª).

Em uma entrevista super descontraída no programa “Achismos”, do Maurício Meirelles, Boni falou sobre sua visão do Big Brother, deixando claro que ele nunca foi fã do programa. Ele explicou que não tem nada contra a ideia do reality, mas que não se interessa pelas confusões e o comportamento dos participantes, especialmente quando eles são estimulados, muitas vezes, pelo álcool. “Nunca gostei do BBB, não é por causa do programa em si, mas eu não me ocupava com as besteiras que aquele povo fala. Eu prefiro me distrair com outras coisas, tipo literatura”, disse Boni, rindo.

E ele ainda deu um exemplo do que curte fazer no tempo livre: “Eu preferia ler um livro do Dostoiévski, ou talvez até do Dias Gomes, um autor que, pelo menos, tem algo útil para me passar”, afirmou ele. Ele não fez questão de esconder que não tem paciência para as brigas e as cenas polêmicas que rolam no programa, mas deixou claro que, mesmo assim, não ignora o tamanho do sucesso do programa. “É um sucesso enorme no mundo inteiro e, sinceramente, não sou eu que vou julgar as pessoas que gostam. Eu assisto com um olhar crítico, mas assisto mesmo é para poder falar bem ou falar mal”, completou.

Apesar de não ser muito fã do reality, Boni não deixou de reconhecer o talento do filho. O ex-diretor da Globo fez questão de elogiar Boninho pelo trabalho à frente do programa. “Ele sempre fez o melhor Big Brother do mundo. O Boninho é super dedicado, é um pesquisador, um cara que sempre se empenhou para mudar o formato quando necessário. Ele até teve que discutir com a Endemol, que detém os direitos do programa, para poder fazer as coisas do jeito dele. E, no final, ele acertou”, disse, destacando mudanças no programa que deram certo, como alguns ajustes que o filho fez ao longo dos anos. Ele até comentou sobre uma mudança recente no formato, que envolvia duplas de participantes, mas que não funcionou tão bem assim. Ele se referiu à edição atual, a do BBB 25, que não pareceu ter agradado tanto o público.

Boni sabe bem o que é estar no comando de grandes produções e entende como o cenário da TV e os formatos de sucesso têm evoluído com o tempo. Embora tenha deixado o comando das operações da Globo em 1998, ele sempre manteve um olhar atento para os bastidores da televisão. A crítica dele ao BBB é uma forma de se mostrar fiel à sua personalidade, de quem sempre foi mais focado em cultura e conteúdo de qualidade, longe do “sensacionalismo” que, segundo ele, muitas vezes marca o reality.

O papo foi bem interessante, e, mesmo com toda a sinceridade de Boni, ele deixou claro que reconhece a força do Big Brother, mesmo não concordando com todos os aspectos. No fim das contas, o que ele faz questão de ressaltar é a dedicação e o profissionalismo do Boninho, que sempre se esforçou para inovar no programa e conquistar a audiência. Afinal, a televisão brasileira não seria a mesma sem a marca que o BBB deixou na história.