O Hospital Universitário de Nantes, na França, foi condenado a indenizar uma quantia de 61 mil euros (cerca de R$ 336 mil, na cotação atual) a um paciente após remover o pênis dele, sem necessidade, em cirurgia. De acordo com a decisão, a instituição tem plena responsabilidade pelo fato ocorrido.
Em 2014, o paciente, com 30 anos, recebeu um diagnóstico equivocado de um quadro avançado de carcinomas – um tumor maligno que se origina nos tecidos epiteliais – no órgão sexual. Inúmeras cirurgias foram realizadas até 2017 e, no processo, o homem acabou tendo a parte íntima totalmente retirada.
O paciente, que solicitou ao hospital 976 mil euros (cerca de R$ 5,3 milhões) de indenização, informou que vai recorrer da decisão da Justiça.
“Este homem sofreu uma primeira morte psicológica por negligência médica e uma segunda hoje por este julgamento degradante da dignidade humana”, disse o advogado dele à agência AFP.
Conforme com a decisão, a quantia de 61 mil euros cobre os prejuízos tidos pela vítima. Entre eles, o sofrimento sofrido (12 mil euros), o défice funcional permanente (16 mil euros) e o dano sexual (31,5 mil euros).
Justiça
O tribunal administrativo constatou “infrações culposas” do estabelecimento que levaram a operação — crime praticado sem intenção. De acordo com a decisão da Justiça, o resultado é de total responsabilidade do hospital e o valor é justificável ao “sofrimento sofrido” (12 mil euros), “défice funcional permanente” (16 mil euros) e “dano sexual” (31 mil euros).
No decorrer de uma entrevista ao France Bleu Loire Océan, o homem se mostrou bastante revolta e afirmou que irá recorrer, já que pediu 976 mil euros a título de indenização pelos danos sofridos.
“Tenho ódio deste médico que não me ouviu”, disparou o homem em entrevista à rádio France Bleu Loire Océan. “Não sinto mais nada”, adicionou.
À AFP, o advogado do homem, Georges Parastatis, revelou em nota que seu cliente “sofreu uma primeira morte psicológica por negligência médica e uma segunda pelo julgamento degradante da dignidade humana”.