Deise Moura dos Anjos, uma mulher suspeita de envenenar a própria família com arsênio, teria cometido o crime após uma série de desentendimentos. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga as motivações e descobriu que a briga com a sogra, Zeli Terezinha Silva dos Anjos, e com a prima de seu marido, Tatiana Denize Silva dos Santos, seriam os principais gatilhos para esse trágico episódio. A polícia revela que Zeli sobreviveu, mas Tatiana, infelizmente, não resistiu e faleceu.
Essas desavenças, segundo a polícia, têm raízes antigas, sendo uma delas um desentendimento que aconteceu há 20 anos. Zeli, a sogra, teria sacado R$ 600 da conta de Deise, mas esse episódio parecia ter sido resolvido na época. Porém, com a investigação em andamento, a polícia acredita que Deise usou essa história como uma maneira de justificar o crime. A delegada Sabrina Deffente explicou que a versão apresentada pela suspeita sobre o saque de R$ 600 foi criada para desviar a atenção das investigações. Ela acrescentou ainda que Deise fez um boletim de ocorrência contra o marido em novembro, onde se referiu a esse episódio antigo para dar uma justificativa para a desavença familiar.
O detalhe é que Zeli devolveu o valor no dia seguinte ao “empréstimo”. E, depois de tantos anos, foi apenas quando a situação se complicou que Deise recuperou essa história para tentar criar uma justificativa para o conflito. A delegada concluiu que, com base nos fatos, tudo isso foi um plano premeditado de Deise.
Outro fator que teria alimentado a raiva de Deise, segundo as investigações, foi uma desavença com Tatiana, a prima de seu marido. A briga entre elas teria começado quando Tatiana se casou na mesma igreja onde Deise e seu marido pretendiam realizar a cerimônia. Marcos Veloso, outro delegado, afirmou que Tatiana era vista como uma irmã por parte da família de Deise, mas esse episódio gerou um ressentimento profundo que perdurou por décadas. Para Deise, o fato de Tatiana ter casado na igreja antes dela foi algo muito difícil de engolir, e essa briga nunca foi superada. O delegado afirma que as razões para a briga eram pequenas, mas que a atitude de Deise reflete um comportamento perturbador.
E o caso se torna ainda mais sinistro quando se revela que, antes de falecer, Tatiana teria comentado com amigos que, caso algo acontecesse com ela, Deise seria a responsável. “Ela disse que ia matar todo mundo e ver todo mundo no caixão”, teria contado Tatiana a pessoas próximas. Isso demonstra o nível de ameaça que Deise representava na vida de Tatiana e como a situação estava tomando contornos cada vez mais perigosos.
É de fato uma história de conflitos familiares que acaba tomando proporções trágicas. A polícia segue investigando o caso, tentando juntar as peças para entender de vez as motivações de Deise. No entanto, tudo aponta para uma mulher que, com o tempo, foi acumulando ressentimentos e se deixando consumir por eles, até tomar uma decisão tão drástica quanto envenenar a família.
Essa história levanta questões sobre como pequenas brigas podem se transformar em grandes tragédias. Às vezes, um desentendimento banal, como o casamento em uma igreja, pode se transformar em algo muito mais complexo e sério. O caso de Deise Moura dos Anjos é um triste exemplo de como rancores mal resolvidos podem ter consequências devastadoras.