Roberta Miranda relembra caso de abuso e violência: ‘Colocou uma arma de fogo em minha cabeça e me usou’

A cantora Roberta Miranda, de 68 anos, abriu o coração neste domingo (9) pra falar sobre seu livro “Um Lugar Todinho Meu”, lançado em dezembro de 2024. Na obra, ela revisita traumas e momentos difíceis que marcaram sua vida antes da fama.

“Escrever esse livro foi um desafio enorme. Levei anos pra criar coragem. Mas aí percebi que minha história podia ajudar outras mulheres, então resolvi encarar”, contou Roberta em entrevista ao Fantástico.

Ela relembrou que sua infância não foi nada fácil. O pai tinha problemas com álcool, e a relação entre eles oscilava muito. “Meu pai era alcoólatra. Quando ele tava sóbrio, era o homem que eu mais amava. Mas quando bebia, virava alguém que eu odiava com todas as forças”, desabafou.

A situação foi ficando insustentável. “Ele me batia, me expulsava de casa… Chegou uma hora que eu não aguentei mais. Peguei minhas coisas e fui embora. Passei dias na rua, sem ter onde dormir, andando sem rumo”, lembrou a cantora.

Sozinha e sem dinheiro, Roberta começou a cantar em uma boate para conseguir um lugar pra ficar. Mas foi lá que viveu um dos momentos mais dolorosos de sua vida. “Tinha um sujeito lá, conhecido de todo mundo, que simplesmente cismou comigo. Um dia, ele apontou um revólver pra minha cabeça e me estuprou. Eu só tinha 16 anos”, revelou.

O sofrimento não parou por aí. Algum tempo depois, ela descobriu que estava grávida desse abuso. E, como se já não fosse o bastante, teve que encarar mais um episódio brutal. “Esse mesmo homem tentou de novo. Só que dessa vez, ele me chutou. Ele matou meu filho. Isso é algo que me assombra até hoje”, desabafou.

Mesmo com todas essas dores no passado, Roberta deu a volta por cima e se tornou um dos grandes nomes da música sertaneja. E, apesar de tudo, mantém um espírito leve. “A vida me ensinou a ser assim. Eu brinco, rio e ainda guardo dentro de mim uma criança que ninguém conseguiu destruir”, disse ela, mostrando a força que a fez chegar até aqui.

Roberta Miranda defende Anitta de confusão com os sertanejos: ‘Inveja dela’

Na última sexta-feira (03/06), a cantora Roberta Miranda, que já tem 65 anos de estrada, se pronunciou sobre a polêmica envolvendo Anitta e alguns cantores sertanejos. Tudo começou depois que o Zé Neto, que faz parte da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, fez uns comentários bem pesados sobre a tatuagem íntima da Anitta e também falou mal dos artistas que, segundo ele, só estão onde estão por causa da Lei Rouanet.

E olha, mesmo sendo a “Rainha do Sertanejo”, Roberta não pensou duas vezes e falou que vai sempre apoiar a Anitta. Ela foi bem direta: “Vou estar sempre de mãos dadas com ela. O corpo é dela, a vida é dela, ela pode fazer tatuagem onde ela quiser”, disse Roberta, em entrevista ao UOL.

A Roberta também comentou que, nos bastidores, a Anitta sempre foi muito educada e amiga dela. E ela acha que a funkeira tem sofrido muito com o machismo dentro da música. “O que rola é que a Anitta é uma mulher de sucesso, ela é uma excelente marqueteira, e isso incomoda muita gente. Tem homem que não aguenta ver uma mulher se destacando assim, e por isso, querem acabar com ela. Mas a Anitta sempre dá a volta por cima”, desabafou.

Roberta ainda falou sobre o machismo que rola na música e, principalmente, as críticas que a Anitta, a Ludmilla e a Luísa Sonza sofrem por falarem abertamente sobre sexo nas suas músicas e por exalarem seus corpos durante os shows. Para ela, essas críticas são um reflexo do preconceito e da insegurança de muita gente.

“Acho maravilhoso o que elas fazem. A mulher hoje tem que ser independente, mas os homens ainda querem que a gente dependa deles. E a gente tem que parar de se importar com a opinião dos outros. Não precisamos de ninguém para ser felizes ou conquistar o que a gente quer. Nem para ter filhos, hoje em dia, a gente precisa deles”, falou Roberta com muito empoderamento.

Essa fala de Roberta Miranda foi forte e bem empática, mostrando que ela não tem medo de defender a liberdade das mulheres na música e na vida. No fundo, ela está do lado de quem se joga, sem medo de ser feliz, mesmo quando o machismo tenta falar mais alto.