Na última quinta-feira (19), o forró perdeu uma das suas vozes mais queridas: Faby Bezerra, aos 36 anos, faleceu após mais de dois anos lutando contra um câncer no colo do útero. A notícia foi dada pela própria família nas redes sociais dela e comoveu muita gente, principalmente no Ceará, onde ela era bastante conhecida.
Faby nasceu em Limoeiro do Norte, no interiorzão do Ceará, e desde cedo mostrou talento e paixão pela música. Quem acompanha o forró de perto já deve ter ouvido ela cantando em bandas como Raízes do Forró, Forró na Veia, Forró Forrado e também na banda Bota Pra Cima. Com uma voz marcante e cheia de energia, ela sempre levantava a galera nos palcos por onde passava.
Nos últimos meses, ela tava internada no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), lutando com bravura contra a doença. Passou por sessões intensas de quimioterapia — daquelas que mexem mesmo com a pessoa, tanto fisicamente quanto emocionalmente. E ainda assim, ela não deixou de aparecer de vez em quando nas redes, mesmo abatida, com o rosto mais fino, cabelo curtinho por conta do tratamento… mas com o olhar forte. Em abril, inclusive, publicou um vídeo que emocionou os fãs. Ela tava bem magra, mas ainda sorrindo — o que muita gente viu como um ato de coragem.
O que mais tocava era isso: mesmo enfrentando uma barra pesada, ela seguia tentando passar uma mensagem de esperança. Talvez por isso tantas homenagens têm surgido desde ontem. Gente de todo canto escrevendo que ela era luz, guerreira, referência de força.
Num mundo onde se fala tanto em inteligência artificial, fama instantânea e hits de um dia só, Faby era daquelas artistas raiz, sabe? Daquelas que construíram a carreira na estrada, de cidade em cidade, tocando em festa de padroeira, vaquejada, forrozão de interior. Não era só uma cantora — era gente como a gente, lutando com dignidade, sorriso no rosto e muito talento no coração.
Nos comentários nas redes, além da tristeza pela perda, o que mais se vê é gratidão. Gratidão por tudo que ela fez pela música nordestina e pelo carinho com os fãs. Tem gente dizendo que se lembra de ver ela cantar lá em Icó, outros em Juazeiro, outros em eventos pequenos que marcaram a vida de quem tava lá. É esse tipo de lembrança que fica.
A doença foi cruel, sim, como costuma ser. Mas Faby enfrentou com muita dignidade e garra. Num país onde o acesso à saúde é desigual, onde muita gente precisa viajar horas pra fazer um exame, ela também foi símbolo de uma realidade dura — e mesmo assim, manteve o espírito firme.
A partida dela deixa um vazio, mas também uma história bonita de amor à música, de luta e de verdade. E isso, nenhuma doença apaga.
Descanse em paz, Faby. Seu forró vai continuar ecoando por aqui.
