Nos últimos dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem chamado atenção não só pelas falas polêmicas ou movimentações políticas, mas também por sua saúde frágil. Pessoas próximas ao ex-presidente confirmaram que ele não vem se sentindo bem e que apresentou sintomas como vômitos frequentes, tremores e episódios de indisposição durante compromissos públicos.
Na última terça-feira, dia 17 de junho, Bolsonaro participou da Feicorte, a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, em Presidente Prudente, interior de São Paulo. Estava acompanhado do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e outros aliados. Só que, longe dos holofotes, a situação era preocupante. Segundo relatos de bastidores, o ex-presidente já chegou visivelmente abatido e acabou passando mal antes mesmo de subir ao palco.
Um dos aliados contou, em tom de preocupação, que Bolsonaro teve uma “tremedeira” logo cedo, durante uma entrevista a um jornal local. Já outro afirmou que ele vomitou nos bastidores do evento. “Ele tentou manter a postura, mas tava claro que não tava bem”, disse uma das fontes, sob condição de anonimato.
Na sequência, já na quinta-feira (19), Bolsonaro discursava na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia (GO) quando começou a soluçar, o que interrompeu sua fala. “Desculpa, tô muito mal. Vomito 10 vezes por dia”, declarou ali mesmo, com o microfone ainda na mão. O público, surpreso, não entendeu de imediato o que estava acontecendo.
No dia seguinte, sexta (20), Bolsonaro teve que deixar rapidamente uma visita a um frigorífico em Goiânia. Ficou no local por apenas 20 minutos e saiu alegando mal-estar. A agenda, que tinha clima de pré-campanha e reunião com lideranças do agronegócio, acabou esvaziada.
Esses episódios ocorrem apenas dois meses após uma cirurgia importante realizada em abril, pra desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal. A operação foi mais uma das várias consequências do atentado à faca sofrido por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Desde então, ele já passou por pelo menos sete procedimentos cirúrgicos, tentando corrigir danos internos e tratar complicações que surgiram ao longo dos anos.
Mesmo assim, o ex-presidente continuou mantendo uma rotina intensa de viagens e encontros políticos. E isso vem preocupando seus aliados, que dizem que ele “insiste em não parar” mesmo quando o corpo dá sinais claros de exaustão. Um assessor próximo comentou que Bolsonaro “não gosta de parecer fraco”, e por isso acaba forçando a barra em algumas situações.
A saúde do ex-presidente, embora não seja algo novo em discussão, voltou a ganhar destaque justamente num momento delicado, onde ele tenta se manter como uma figura forte da direita no Brasil e influenciar as eleições municipais que se aproximam. A imagem de alguém doente e debilitado pode ter impacto político real, tanto para aliados quanto para adversários.
Internautas nas redes sociais também comentaram os episódios. Enquanto alguns demonstraram preocupação e desejaram melhoras, outros usaram os incidentes pra criticar a postura de Bolsonaro ao longo dos últimos anos. Como sempre, a polarização é intensa.
O que se sabe até agora é que, apesar dos episódios recentes, Bolsonaro ainda não anunciou nenhuma pausa oficial em sua agenda. Seus assessores, no entanto, dizem que ele deverá fazer exames nos próximos dias para entender melhor o que está causando os sintomas persistentes.
Seja como for, é certo que a saúde de Bolsonaro vai seguir sendo tema nos bastidores — e talvez também nas urnas.