Um domingo que era pra ser mais um capítulo da corrida eleitoral na Colômbia acabou virando tragédia. Miguel Uribe, senador e também pré-candidato à presidência, levou um tiro enquanto discursava em plena luz do dia, em Bogotá. O caso aconteceu no sábado (7), mas ganhou mais detalhes nesta segunda-feira (9/6), quando a esposa dele, María Claudia Tarazon, fez um apelo emocionante: “Miguel precisa de um milagre”.
Ele foi levado às pressas pra uma clínica particular, onde passou por uma cirurgia delicada. Tá internado até agora, em estado crítico. A situação é bem grave — além dos ferimentos na coxa, teve que passar por uma neurocirurgia. Depois dos procedimentos, foi direto pra UTI.
E o mais chocante nisso tudo: o suspeito de ter feito os disparos é um adolescente de só 15 anos. O garoto foi apreendido ainda no sábado, por volta das 17h30, segundo a polícia local. De acordo com o jornal El Tiempo, o menor vivia com a tia desde que perdeu a mãe. O pai vive fora do país e quem responde por ele legalmente é um tio — que, inclusive, foi até o hospital depois do ocorrido.
Sim, hospital. Porque o adolescente também foi baleado, pela equipe de segurança do senador, e vai passar por cirurgia. É um cenário que mistura tragédia política com drama familiar. E o garoto, ao ser detido pela Unidade Nacional de Proteção (UNP), teria prometido entregar os nomes das pessoas que o contrataram.
Até agora, não tá muito claro qual foi a motivação do ataque. As investigações tão rolando a todo vapor. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, condenou o atentado publicamente e disse que vai buscar os “autores intelectuais” por trás do ataque. Também prestou solidariedade à família de Uribe — o que é o mínimo, considerando o clima de tensão no país. A violência política por lá já vem dando sinais há tempos, e esse episódio só joga mais gasolina no fogo.
María Claudia, visivelmente abalada, pediu orações nas redes e em entrevistas. O tom dela foi direto e desesperado: “Miguel precisa de um milagre.” A imagem do político sedado, cercado de aparelhos e médicos, já correu o mundo. Até o The Guardian repercutiu a fala da esposa.
Miguel Uribe Turbay, pra quem não acompanha muito de perto a política colombiana, é um nome forte da direita. Vem ganhando força como alternativa conservadora à atual gestão de Petro. E justamente por isso, o atentado levanta muitas perguntas — sobre quem teria interesse em silenciar sua candidatura, e por quê.
O ataque também reacende o debate sobre segurança pública na Colômbia, especialmente em ano pré-eleitoral. Não é a primeira vez que um político é alvo de violência, e infelizmente talvez não seja a última. O país ainda carrega feridas da época das FARC, dos cartéis, da polarização política extrema. E nesse meio, figuras como Uribe viram símbolo — tanto pra apoiadores quanto pra opositores.
Agora, com ele lutando pela vida, a política dá lugar à esperança. Esperança de que ele sobreviva, de que a justiça seja feita e de que a Colômbia não volte a repetir os erros do passado. Enquanto isso, María Claudia segura as pontas, pedindo orações e tentando manter a calma num dos momentos mais difíceis da vida dela.
O futuro de Miguel, da eleição, e até da estabilidade política no país, tá suspenso no ar. Tudo depende dos próximos dias — e, como ela mesma disse, talvez de um milagre.