O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com uma ação na Justiça contra o radialista Washington Rodrigues, acusando o comunicador de injúria. A história veio à tona de forma um tanto inusitada: foi o próprio Rodrigues quem revelou o caso durante a transmissão ao vivo do seu programa na rádio Conquista FM 92,5, que fica no sudoeste da Bahia.
Segundo o radialista, ele foi surpreendido por um oficial de Justiça batendo em sua porta no último dia 21 de maio. A intimação veio da subseção da Justiça Federal em Vitória da Conquista, e tinha como remetente nada mais, nada menos que o presidente da República.
Durante o programa “Conquista Meio Dia”, Rodrigues contou ao público que estava sendo processado por Lula e não escondeu a indignação. Falou no ar, sem rodeios, que preferia ser preso do que pagar qualquer valor ao presidente. Uma fala dessas, claro, viralizou. As informações foram divulgadas pela Revista Oeste, que costuma cobrir assuntos políticos com um viés mais crítico ao governo atual.
Mas o que teria motivado esse processo?
Tudo começou em 2023, quando Washington participou de um podcast — desses que rolam solto hoje em dia, com microfone na mesa e opiniões fortes pra tudo quanto é lado. Durante a conversa, ele foi desafiado a definir Lula em apenas uma palavra. Sem pestanejar, soltou um “ladrão” seco e direto.
A fala, que caiu como uma bomba nas redes sociais, acabou chegando aos ouvidos do presidente (ou, pelo menos, de sua assessoria jurídica), e a resposta veio com um processo por injúria. Vale lembrar que essa não é a primeira vez que figuras públicas se enfrentam em tribunais por declarações inflamadas. Em tempos de redes sociais e polarização política, qualquer fala mais atravessada pode virar caso de justiça.
Na última quarta-feira (11), o caso voltou a ganhar repercussão depois que Washington se pronunciou novamente, dessa vez pelo Instagram. Em vídeo publicado em seu perfil, ele reafirmou o que disse lá atrás: “Eu fui sincero. E continuo achando o que disse. Pra mim, o presidente é um ladrão, sim”, declarou, sem meias palavras.
O tom desafiador do comunicador chamou atenção. Ele fez questão de repetir que não pretende recuar nem retirar o que disse. “Se tiver que ir pra cadeia, que vá. Mas eu não vou pagar um centavo de indenização”, afirmou.
Essa briga judicial, que começou com uma palavra num podcast, agora toma proporções nacionais. O caso levanta novamente a discussão sobre liberdade de expressão e os limites entre opinião e ofensa. E, claro, reacende a eterna divisão política no Brasil, que segue firme e forte, como sempre.
Muita gente nas redes saiu em defesa do radialista, enquanto outros apontaram que ele passou do ponto e que o presidente tem todo o direito de reagir judicialmente. E assim, mais uma polêmica entra na conta do noticiário político brasileiro — que, convenhamos, nunca tem um dia de descanso.
Agora resta esperar o desenrolar dessa história nos tribunais. E, conhecendo o clima atual do país, é bem capaz que o caso ainda vá render muita discussão em mesa de bar, grupo de WhatsApp e, claro, na audiência do programa do próprio Washington, que não parece estar nem um pouco disposto a recuar.
