Na manhã desta quarta-feira, 18 de junho, o papa Leão XIV fez um pronunciamento nas redes sociais comentando sobre os conflitos armados entre Israel e Irã, que já entraram no sexto dia seguido de tensão e ataques. Através da plataforma X (antigo Twitter), o pontífice evocou uma frase já dita por seu antecessor, o papa Francisco: “A guerra é sempre uma derrota.”
Além disso, Leão XIV fez um alerta sobre o potencial destrutivo da tecnologia bélica moderna. “As poderosas armas utilizadas na guerra de hoje ameaçam levar-nos a uma barbárie maior do que a de tempos passados”, disse ele, com tom de preocupação evidente. As palavras do papa ecoam um sentimento crescente na comunidade internacional: a sensação de que o mundo está à beira de uma escalada muito mais perigosa do que se previa.
Israel ataca primeiro, Irã responde
O estopim para essa nova onda de violência foi o lançamento de uma ofensiva israelense chamada de “ataque preventivo” contra instalações nucleares do Irã. O governo israelense declarou que o objetivo principal era impedir que o Irã avance em seu programa de armas nucleares. Algo que já vinha sendo discutido nos bastidores há meses, com alertas e promessas de “ação decisiva” por parte de Israel.
Em resposta, o Irã não ficou calado. Lançou uma enxurrada de drones e mísseis contra o território israelense, aumentando ainda mais a tensão e o clima de medo na região. No sábado, dia 14, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu falou à imprensa e prometeu que a ofensiva iria continuar, com ataques direcionados a “todas as bases iranianas envolvidas com o programa nuclear”. As palavras dele deixaram claro que o conflito está longe de terminar.
Um apelo à razão
O papa Leão XIV não foi o único líder religioso a se manifestar. Ele também trouxe à tona uma citação do papa Pio XII, do século XX, que dizia: “Nada se perde com a paz. Tudo se pode perder com a guerra.” É uma frase antiga, mas ainda assim extremamente atual. O pontífice ainda insistiu em repetir o apelo feito por Francisco durante seu papado: que líderes mundiais escolham o caminho da diplomacia e do respeito ao direito internacional. “Em nome da dignidade humana e do direito internacional, repito aos responsáveis: a guerra é sempre uma derrota”, disse o papa.
Na semana passada, o Vaticano já havia demonstrado preocupação com a situação no Oriente Médio, com o papa pedindo que as nações abandonem as ameaças nucleares e busquem uma solução negociada para a crise.
Conflito escala no 6º dia
Nesta quarta-feira, Israel voltou a atacar. Foi o sexto dia seguido de operações militares contra alvos no Irã. As ofensivas aconteceram pouco depois de uma declaração do ex-presidente Donald Trump, nos EUA, pedindo que o Irã aceitasse uma “capitulação incondicional”, o que gerou ainda mais tensão.
Do outro lado, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, também usou a rede X para prometer uma “resposta firme ao regime terrorista sionista”. Ele disse que o contra-ataque seria “sem piedade”. A situação preocupa governos ao redor do mundo.
O exército de Israel, em comunicado divulgado pela manhã, afirmou que mais de 50 aviões participaram dos ataques noturnos, mirando instalações de produção de centrífugas em Teerã e locais envolvidos na montagem de mísseis terra-terra.
Com os ataques de ambos os lados ficando mais intensos e frequentes, cresce o medo de que o conflito se torne uma guerra em escala regional ou até global.
Enquanto isso, do Vaticano, o papa segue com sua voz de alerta, lembrando ao mundo que mesmo em tempos de caos, a paz ainda é possível — mas precisa ser escolhida.