Inicialmente, a chegada do streaming foi vista como uma concorrência para o hábito de assistir televisão, uma vez que o novo meio de comunicação permitia que o espectador assistisse a programas variados em seu próprio ritmo e de acordo com sua preferência, sem a necessidade de seguir os horários definidos pela programação das emissoras de TV convencionais.
Algumas pessoas até chegaram a prever que o streaming poderia colocar um fim na televisão como a conhecíamos até então. No entanto, mais de uma década após a ampla adoção do entretenimento sob demanda, ainda é incerto se ele realmente irá suplantar a TV.
Desde os anos 1940, a televisão tem sido uma influência poderosa na imaginação e nos hábitos das pessoas em todo o mundo, quando os primeiros modelos foram introduzidos no mercado. No Brasil, ela chegou logo depois, em 1950, com a fundação da TV Tupi, que foi pioneira na transmissão televisiva no país.
No entanto, nos últimos anos, o interesse do público em geral pela televisão tem diminuído significativamente. De acordo com estatísticas divulgadas em janeiro deste ano pelo portal NaTelinha, as plataformas de streaming agora superam a programação de domingo da TV Globo em audiência, algo que era considerado impensável até pouco tempo atrás.
A queda de audiência de programas como o Big Brother Brasil é um exemplo dessa tendência, onde mesmo sendo uma mania nacional anteriormente, agora tem os piores índices de sintonia da sua história. Até a TV paga não escapou, com mais de 20% dos assinantes brasileiros cancelando o serviço apenas no último ano.
No entanto, é equivocado afirmar que a TV está caminhando para a extinção. Na verdade, ela nunca esteve tão forte e tão consumida como agora. Isso se deve ao fato de que as grandes redes de televisão passaram a enxergar o streaming não apenas como um concorrente, mas como um aliado. Hoje, emissoras como Globo, HBO e Telecine possuem suas próprias plataformas on-demand, oferecendo os mesmos programas disponíveis na transmissão tradicional, mas com um cardápio muito mais amplo, que pode ser assistido a qualquer hora pelo assinante.
O oposto também é verdadeiro: serviços como Prime Video e HBO Max transmitem premiações e eventos esportivos exclusivamente ao vivo. Quem não quiser acompanhar em tempo real, simplesmente perde o evento, assim como ocorria na televisão tradicional.
No Brasil, essa tendência de colaboração entre streaming e televisão é ainda mais forte, dado que somos o segundo país do mundo em número de consumidores de streaming. De acordo com um relatório do Finder, 64,58% dos brasileiros usam o serviço, ficando atrás apenas dos cidadãos da Nova Zelândia (64,25%).
Essas informações deixam claro que a televisão ainda terá uma longa vida nos lares brasileiros e internacionais, seja na forma tradicional ou adaptada às inovações que surgirem com o tempo.