Congresso nunca é responsabilizado pelo que acontece, diz Lara Mesquita

A Nova Dinâmica Entre Governo e Congresso: O Que Esperar do Futuro?

Nesta quarta-feira, dia 25, a cientista política e professora da FGV-EESP, Lara Mesquita, participou de uma discussão no WW, onde trouxe à tona uma análise profunda sobre a relação entre o governo e o Congresso Nacional. A sua visão é bastante clara: a atual dinâmica política está mudando de forma significativa, e isso se torna evidente a partir de eventos recentes, como a derrubada do aumento do IOF. Essa ação, segundo Mesquita, pode ser vista como uma forma de o Legislativo ‘emparedar’ o Executivo, revelando uma nova fase nas interações entre esses dois poderes.

A Responsabilidade do Legislativo e do Executivo

Um ponto crucial levantado pela especialista é a questão da responsabilidade. Ela argumenta que, independentemente das consequências das decisões tomadas pelo Congresso, este não é responsabilizado da mesma maneira que o presidente. “No arranjo presidencialista, se a conta de luz subir, as pessoas normalmente apontam o dedo para o Executivo, e não para o Congresso”, explica Mesquita. Essa percepção é interessante, pois indica uma assimetria na responsabilidade política, onde o Executivo carrega o peso das decisões, mesmo que não tenha controle total sobre elas.

Divisões Internas nos Partidos de Centro

Outro aspecto relevante discutido por Mesquita é a fragmentação dos partidos de centro, que tradicionalmente são vistos como ‘adesistas’. Ela aponta que, atualmente, esses partidos estão divididos internamente, apresentando facções que rejeitam o governo e outras que buscam se beneficiar ao se aliar à base governista. “Mesmo com a concessão de ministérios para partidos como o PSD e os Republicanos, a divisão persiste”, observa a cientista política. Essa fragmentação cria um cenário desafiador para o governo, dificultando a formação de uma base sólida e coesa para avançar em pautas mais delicadas, especialmente aquelas que têm um apelo popular significativo.

Expectativas para o Ajuste Fiscal

Mesquita também trouxe à tona as expectativas em relação ao ajuste fiscal que o governo está tentando implementar. Ela notou que alguns analistas políticos têm uma visão otimista, sugerindo que a situação econômica pode não ser tão desesperadora quanto se pensava anteriormente. No entanto, ela alerta que essa visão positiva pode acender um “sinal amarelo, se não um sinal vermelho” para a oposição. “O governo Lula não pode chegar em 2026 em uma situação tão favorável, especialmente enquanto a direita ainda está desorganizada”, pondera Mesquita. Essa observação levanta questões sobre como as estratégias políticas e eleitorais poderão ser moldadas à medida que o cenário político evolui.

Desafios da Governabilidade e Perspectivas Futuras

A análise de Lara Mesquita coloca em evidência os desafios que o governo enfrenta na construção de uma base sólida de apoio no Congresso e na implementação de sua agenda política e econômica. A complexa dinâmica entre os poderes e a fragmentação dos partidos de centro continuam a influenciar o cenário político brasileiro de maneira significativa. O que se observa é um campo político em constante transformação, onde alianças e divisões podem redefinir as estratégias de governabilidade.

Conclusão

A relação entre o governo e o Congresso é um tema que merece atenção e análise contínua. À medida que novos desafios surgem e o ambiente político evolui, torna-se essencial acompanhar essas mudanças para entender as implicações que elas têm para o futuro do Brasil. É fundamental que a sociedade civil e os analistas políticos permaneçam atentos a esses desdobramentos, pois eles moldarão não apenas a governabilidade, mas também as perspectivas futuras do país.

Chamada para Ação

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