Nos últimos dias, o nome de Juliana Marins tomou conta das redes sociais e manchetes. A jovem brasileira, natural de Niterói (RJ), infelizmente faleceu após uma queda num vulcão na Indonésia, onde estava a passeio. A tragédia em si já comoveu muita gente, mas o caso ganhou ainda mais repercussão por causa de duas polêmicas que vieram na sequência.
A primeira envolve o traslado do corpo dela de volta ao Brasil. A segunda diz respeito à exibição de imagens da Juliana depois de sua morte, que foram transmitidas por uma emissora da Indonésia, gerando revolta entre brasileiros.
Vamos por partes.
Logo após o acidente, começaram as dúvidas sobre quem arcaria com os custos pra trazer o corpo de volta ao país. Muita gente esperava que o governo federal tomasse frente da situação. Mas o presidente Lula se posicionou dizendo que, por lei, o governo não pode cobrir esse tipo de despesa. Isso gerou bastante discussão. Teve quem entendeu, mas também teve quem criticou, dizendo que, em casos assim, devia haver algum tipo de exceção.
Curiosamente, o jogador de futebol Alexandre Pato entrou na história e se ofereceu pra pagar tudo. Ele inclusive teria entrado em contato com a família da Juliana pra ajudar. Foi um gesto que surpreendeu muita gente e mostrou um lado solidário do atleta.
Mas aí, no meio disso tudo, veio o anúncio do prefeito de Niterói, Axel Grael. Na noite de quarta-feira, 25 de junho, ele disse publicamente que a prefeitura vai bancar o traslado do corpo da Juliana da Indonésia até a cidade. Segundo ele, a decisão foi tomada após uma conversa com a irmã da jovem, Mariana. “Assumimos o compromisso com o translado de Juliana para nossa cidade, onde será velada e sepultada”, declarou.
Só que essa decisão também não passou sem críticas. Uma lei federal proíbe o uso de dinheiro público pra esse tipo de despesa, então teve gente apontando que a atitude do prefeito pode ser considerada ilegal. Mesmo assim, muitos apoiaram, dizendo que era o mínimo a ser feito diante de uma tragédia dessas.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, a polêmica da exposição de imagens do corpo da jovem crescia. A filial indonésia da BBC postou no Instagram fotos do momento em que o corpo de Juliana foi encontrado. A reação dos brasileiros foi imediata – uma enxurrada de críticas. As pessoas ficaram indignadas com a falta de respeito à memória da vítima e à dor da família.
Depois da repercussão negativa, a BBC Indonésia retirou as imagens do ar e publicou um pedido de desculpas, tentando conter o dano já feito à imagem da emissora. Ainda assim, o estrago estava feito, e a discussão sobre os limites da imprensa em casos delicados como esse voltou à tona.
Agora, com o traslado confirmado pela prefeitura e a repercussão da imprensa acalmando um pouco, a família de Juliana poderá, enfim, se concentrar no luto e se despedir da jovem que partiu tão cedo.
Apesar das controvérsias, o que fica é a lembrança de uma brasileira que sonhava, viajava e viveu intensamente – e, infelizmente, teve sua vida interrompida de forma trágica.