Filho da Mãe, novo filme do saudoso Paulo Gustavo, que veio à óbito há um ano e meio, foi posto em cartaz nesta sexta-feira (16), pela Amazon Prime Vídeo. Em coletiva de imprensa, Thales Bretas, Déa Lúcia e Susana Garcia, diretora e amiga do humorista, revelaram por menores dessa produção.
A ideia da obra se iniciou após a peça musical, de mesmo nome, que o humorista fez juntamente com a sua mãe antes de morrer. Ele e Déa viajaram pelo país com o repertório musical que ela usava para se apresentar nos bares quando era jovem. Essa foi a maneira que o artista encontrou de homenagear a mãe e colocá-la mais uma vez no palco para realizar seu sonho: Ser cantora.
A partir da peça, apareceu a excelente ideia de registrar os bastidores de tudo o que ocorria entre mãe e filho para, então, se tornar uma série documental na Amazon. No entanto, com os planos todos realizados, a inesperada morte de Paulo Gustavo mudou o rumo do projeto. Filho da Mãe acabou sendo, também, um jeito de representar quem foi o humorista em sua vida particular e profissional, sem deixar de homenagear Déa Lúcia.
“Foi fundamental a participação da família”, expressou Malu Miranda, head de Conteúdo Amazon Studios. “A Ju [irmã de Paulo] como codiretora, dona Déa, Thales, e todo mundo entender fundamentalmente o que o Paulo Gustavo fazia em vida”.
A ideia principal era mostrar a genialidade do famoso no humor, inclusive, com muita emoção, apresentar a humanidade e o lado mais íntimo que os admiradores não conheciam: “Ele queria justamente isso, um mix de emoções e, ao mesmo tempo, risada”, recordou Thales.
Como o filme já havia sido pensado pelo humorista, seis episódios já estavam editados, porém tomaram um rumo diferente: “A gente pegou esse material que a gente tinha e transformou em algo ainda mais impactante”, acrescentou o viúvo.
Intenção do projeto
Susana Garcia, a diretora do filme Filho da Mãe, ainda revelou que quis expor os pilares importantes da vida do ator: O amor, a relação com a mãe, com a família, amigos, vida profissional, sexualidade e desejo de ser pai. “E o recorte que a gente usou foi o início da vida profissional dele, que ele começa se inspirando na mãe, no ‘Minha Mãe é uma Peça’, e termina homenageando a mãe com o ‘Filho da Mãe’”, declara ela.
Além disso, Susana era muito próxima de Paulo, se fechou, por bastante tempo, de qualquer vídeo e foto do ator para conseguir encarar o luto. Contudo, por conta da produção, precisou estar inteiramente envolvida e percebeu que, na verdade, o filme traz felicidade e a harmonia de viver que a celebridade passava.
“É uma forma de trazer ele de volta para a vida das pessoas, porque ele foi embora de uma forma tão repentina, tão trágica, que a gente fala que é um reencontro, para trazer o melhor dele”, concluiu a diretora.
O diferencial deste trabalho para os outros de Paulo Gustavo é justamente trazer o que os fãs não estão acostumados a ver: “É como se fosse o saber de uma intimidade revelada. Porque o Paulo Gustavo era aquilo tudo”, relatou Susana. Para isso, eles fizeram questão de abordar, também, as inseguranças e vulnerabilidades do humorista, tanto no trabalho, quanto na vida pessoal.
“Isso foi muito pensado para colocar esse lado dele e revelar o que as pessoas não conhecem”, finalizou.
Confira abaixo:
O que Paulo pensaria?
A diretora do documentário ainda expôs que sentiu a presença do amigo em toda a parte da produção: “Cada post it era uma cena e eu falava: ‘Isso aqui o Paulo Gustavo amaria’. Tudo era pensando nele”, expressou. “Lembro que quando terminei eu falei: ‘Tenho certeza que isso está aplaudível, porque está exatamente como ele gosta’”.
Para trazer todo o olhar do artista, sua irmã, Juliana Amaral, foi codiretora e muito solene em todo o processo: “Ela também tinha aquele olhar crítico. Ela sabia exatamente qual piada era legal, porque eles dois eram muito unidos”, relatou a mãe, Déa Lúcia.
Além de tudo o que Paulo Gustavo representou para o humor e para a arte brasileira, Susana Garcia também pensou no futuro: Romeu e Gael, os filhos do ator com Thales Bretas: “Quando eu estava fazendo eu pensava: ‘Romeu e Gael, daqui anos, vão assistir isso’. Então isso também é um registro para eles”, disse.
“Eles vão ouvir falar desse pai, mas não vão ter a vivência com esse pai, então esse registro vai deixar muito forte o que é esse pai e o que ele representa para as pessoas”, concluiu.