Recentemente, pais e alunos da Escola Estadual Georg Keller, em Joinville, Santa Catarina, pediram a expulsão de um professor após ele fazer comentários agressivos sobre a morte de crianças em um ataque a uma creche em Blumenau. Em um vídeo gravado pelos estudantes, o professor disse que mataria cerca de 15 a 20 pessoas com facões, em referência ao ataque. A Secretaria de Estado de Educação informou que está tomando medidas cabíveis para dar andamento ao processo.
Além deste episódio, os alunos afirmam que o professor faz comentários preconceituosos e de ódio com frequência, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e apologia ao suicídio. Em um dos casos, uma estudante disse que estava triste durante a aula, e o professor teria sugerido que a menina se suicidasse para “poupar oxigênio no mundo”. Essas alegações são extremamente graves e precisam ser investigadas.
A educação é fundamental para o desenvolvimento saudável e seguro dos jovens. Um ambiente escolar seguro, respeitoso e inclusivo é necessário para que os alunos se sintam motivados a aprender e a desenvolver suas habilidades. Infelizmente, situações como essas prejudicam seriamente o processo de ensino-aprendizagem e podem causar danos psicológicos irreparáveis aos alunos.
Comentários preconceituosos e de ódio, especialmente quando feitos por professores, têm o poder de influenciar a maneira como os alunos veem a si mesmos e aos outros. Eles podem perpetuar estereótipos e ideias discriminatórias, o que pode levar a uma diminuição da autoestima, ansiedade e problemas de relacionamento. Em casos extremos, esses comentários podem levar a atos de violência ou suicídio.
O papel dos educadores é fundamental na formação dos jovens. Eles têm a responsabilidade de transmitir conhecimentos de forma ética e imparcial e devem ser modelos positivos para seus alunos. Professores que promovem o preconceito e o ódio não só prejudicam seus alunos, mas também prejudicam a imagem da escola e do sistema educacional como um todo.
“Me assusta esse tipo de comportamento”, diz mãe de aluna
Também em conversa com a reportagem, a mãe de uma estudante destaca que o comportamento do professor é frequente, incluindo incitação à violência e o uso frequente de xingamentos.
Em desabafo, ela revela que os pais e responsáveis já estão em assustados após o ataque em Blumenau, e a situação se agrava ao saber das atitudes do professor, sendo que ele pode motivar a violência na escola.
” Me assusta esse tipo de comportamento vir de um professor em sala de aula. Uma fala como esta é repudiante, um professor que deveria ser exemplo dentro da sala. Imagina se algum dos alunos já têm um pensamento de fazer atrocidades, a fala do professor só reforça a ideia do ódio“.
Outra mãe de uma estudante entrega que os casos ocorrem há anos, incluindo piada com a religião de sua família e outros tipos de violência praticados pelo educador, como chamar uma aluna grávida de “inútil”, fazer um estudante comer uma bolinha de papel e uma briga, incluindo agressão física, com outro aluno fora da escola.
Mãe e alunos pedem atitude da escola
Todas as fontes ouvidas pelo AN revelam que os alunos e pais já se dirigiram à direção para exigir o afastamento ou expulsão do professor, contudo, recebem sempre as mesmas repostas, inclusive em grupos de aplicativos, mas de pouca eficiência.
“Os alunos vão à diretoria pedir pra ele sair, os pais também, caso nada seja feito com ele um grande número de alunos sairá da sala nas aulas dele” conta um dos estudantes.
Já a mãe revela que recebeu uma resposta “padrão” da diretoria: “Entendo sua indignação e estamos solidários. Esse tipo de comportamento deve ser combatido. Estamos tratando disso junto ao órgão competente”.