O piloto Elves de Bem Crescêncio, responsável por conduzir o balão de ar quente que acabou pegando fogo em Praia Grande (SC), no último sábado (21), ainda tá em tratamento após o acidente trágico que chocou o país. A informação foi confirmada pelo advogado dele, Clovis Rogério Scheffer, que conversou com o portal Terra nesta semana.
Segundo Clovis, Elves teve algumas queimaduras no corpo, mas nada muito grave fisicamente. O pior mesmo foi o impacto emocional. “O Elvis tá muito abalado, muito mesmo. Ele tá fazendo acompanhamento psicológico e ainda não tem previsão de quando vai sair disso”, comentou o advogado, visivelmente tocado pela situação do cliente.
O acidente foi uma das maiores tragédias do tipo registradas nos últimos anos no Brasil. O balão tinha 21 pessoas a bordo e, infelizmente, oito não resistiram. Quatro vítimas morreram carbonizadas, enquanto outras quatro faleceram após pular do balão, que teria voltado a subir depois do incêndio começar.
De acordo com relatos, o fogo começou poucos minutos após a decolagem. Elves ainda tentou conter as chamas com um extintor que, aparentemente, não funcionou. Sem alternativa, ele teria orientado os passageiros a se abaixarem e esperarem até que o balão tocasse o chão pra pularem.
“Todo mundo que trabalha com balão por aqui reconhece que, se não fosse pela experiência dele, talvez o desastre teria sido total”, disse Clovis. Segundo ele, Elves tem mais de 700 horas de voo. “Ele teve a calma e o sangue frio pra tentar baixar o balão, mesmo naquela situação. E isso fez a diferença.”
Ainda assim, Clovis fez questão de destacar que a intenção não é transformar Elves em herói. “A gente sabe que é uma situação muito delicada. Tem famílias enlutadas, muita dor envolvida. Então não se trata de vangloriar ninguém. A gente só quer que os fatos sejam vistos com equilíbrio.”
Até o momento, a Polícia Civil de Santa Catarina não deu muitos detalhes sobre o andamento do inquérito. A única informação confirmada é que haverá uma coletiva de imprensa assim que a investigação for finalizada. O foco agora é a perícia técnica, que tenta entender o que causou o incêndio e por que o extintor não funcionou, mesmo aparentemente estando dentro da validade e com carga.
Para o advogado de Elves, a tendência é que o piloto não seja indiciado. “A perícia é quem vai dizer com clareza o que aconteceu. Não adianta querer achar culpado antes disso. Pode ser falha no equipamento, pode ser outra coisa. O importante é descobrir a verdade com base em dados técnicos, não em achismos”, completou Clovis.
Enquanto isso, a cidade de Praia Grande segue abalada. O acidente ganhou destaque até fora do país, e levantou novamente discussões sobre segurança em voos turísticos de balão. Em redes sociais, familiares das vítimas pedem justiça, e há uma comoção generalizada entre moradores e turistas que costumam visitar a região.
Ainda não se sabe se novas regras serão implementadas pra evitar situações como essa. Mas uma coisa parece certa: a tragédia deixou marcas profundas em quem estava no balão, nas famílias das vítimas, e em toda a comunidade local.