Reação desesperada de Nikolas Ferreira após Bolsonaro se tornar réu chama atenção nas redes sociais

O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas se tornaram réus nesta quarta-feira (26), depois de uma decisão unânime da Primeira Turma do Superior Tribunal Federal (STF). Eles são acusados de crimes contra o Estado Democrático de Direito, algo que gera uma baita discussão no país.

Depois dessa decisão, foi só o pessoal que apoia o Bolsonaro começar a se manifestar nas redes sociais, com aquele discurso clássico de que o ex-presidente e a extrema direita estão sendo perseguidos pelo “sistema”. Como se fosse tudo uma grande conspiração contra eles. E não é novidade nenhuma que essa narrativa esteja forte por aí. Aliás, é até estranho como algumas pessoas insistem em enxergar tudo dessa forma, como se o país estivesse virando uma ditadura. Como se toda a movimentação política fosse um grande teatro montado para derrubar eles.

Quem acabou reagindo de forma até um pouco desesperada foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um cara que sempre foi muito próximo de Bolsonaro. Ele é visto por muitos como o principal nome para seguir a liderança da extrema direita brasileira. E a reação dele foi daquelas, bem típica. Ele chegou a comparar a situação do julgamento com a goleada que a seleção brasileira levou da Argentina, dizendo: “Ontem deu Argentina, hoje deu Venezuela.” Uma comparação meio sem noção, né? Totalmente desconectada da realidade do momento. Parece que o cara tava tentando misturar futebol com política de uma forma bem estranha, quem sabe pra tirar um pouco o foco da situação.

O mais curioso é que, ao invés de focar no que realmente importa, que são as questões jurídicas e políticas, muitos desses apoiadores preferem se apegar a teorias da conspiração, sem nem ao menos tentar entender as razões por trás das decisões. Não sei, mas parece que tem uma grande dificuldade em encarar os fatos de frente. Eles preferem transformar tudo em uma batalha ideológica, como se o simples fato de estar em uma posição oposta ao governo atual fosse sinal de perseguição.

O engraçado é ver como, ao longo dos últimos anos, essa narrativa do “povo contra o sistema” tem ganhado força. E é claro, ela sempre é alimentada por postagens nas redes sociais, onde a troca de mensagens e opiniões vira um verdadeiro campo de batalha. Eu até entendo o pessoal que se sente injustiçado, mas tem que tomar cuidado com a maneira como as coisas são apresentadas, porque, no fim das contas, a realidade política do Brasil é muito mais complexa do que qualquer meme ou frase de efeito.

É difícil não notar que muitos desses discursos são carregados de uma certa dose de emoção e desespero. Como se fosse impossível aceitar que o Brasil está passando por um processo de transformação política. Não é fácil lidar com a mudança, e a falta de consenso entre as diferentes partes da sociedade é uma prova disso. A galera da extrema direita, por exemplo, sente que está perdendo espaço, e é claro que não vai ficar calada diante disso. Mas, ao mesmo tempo, é preciso ter mais clareza sobre o que realmente está acontecendo.

Esse tipo de reação, como a de Nikolas Ferreira, só reforça essa ideia de que a política brasileira está, muitas vezes, sendo tratada de forma emocional e não racional. Claro, faz parte da cultura política de um país, mas fica a dúvida sobre até que ponto essas reações impulsivas são saudáveis para a democracia. Não podemos esquecer que o país precisa de mais diálogo e menos radicalismo. Cada vez mais, a política está se afastando do debate saudável e se tornando um campo de batalha onde os adversários são vistos como inimigos a serem derrotados, e não como pessoas com ideias diferentes. Essa polarização não leva a nada bom, ainda mais quando a gente olha para os exemplos internacionais e vê que o Brasil não está sozinho nesse processo.

E, sinceramente, se o Brasil continuar assim, com discussões recheadas de falta de respeito e argumentos vazios, é difícil ver um futuro de progresso para todos. A política precisa de mais reflexão e menos gritaria.

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